2023 será o 3º melhor ano do crédito imobiliário no Brasil, avalia diretor da Abecip
Resultado fica atrás apenas dos anos de 2021 (quando foi registrado o recorde histórico) e 2022
Números atuais relacionados a mercado de capitais, concessão de crédito e financiamentos foram apresentados durante o evento “Em Debate: Crédito Imobiliário”, realizado em 18 de agosto na sede do SindusCon-RS.
Foram promovidos três painéis de discussão, com a presença de especialistas, executivos de bancos e empresários do setor de incorporação e da construção. Participaram nomes como Carlos Meireles, superintendente da Unidade de Produtos Imobiliários do Banrisul, Luis Felipe Carchedi, CEO da Companhia Hipotecária Piratini, Gustavo Kosnitzer, sócio e head de Mercado de Capitais da Warren, e Filipe Pontual, diretor-executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Durante o evento, Pontual destacou o aspecto positivo na viabilização de novas formas de captação de recursos para o financiamento imobiliário, mesmo que o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) ainda continuem sendo a principal fonte de recursos para a linha de aquisição de imóveis e para as construtoras. “Dividir o mercado com outras alternativas de funding é positivo, por exemplo, no propósito de igualar o crédito imobiliário no Brasil a outras economias mais desenvolvidas, passando de 20% em sua participação no PIB, quando hoje está em torno de 10%”, avaliou o executivo.
O diretor-executivo da Abecip também afirmou que 2023 será o terceiro melhor ano do crédito imobiliário brasileiro. Se somarmos os financiamentos via recursos da poupança (FGTS e SBPE), este ano ficaria apenas abaixo de 2021 (quando foi registrado o recorde histórico) e de 2022.
De acordo com a apresentação de Pontual durante o evento, as expectativas em relação ao financiamento imobiliário indicam que 2023 registrará cerca de R$ 238 bilhões em concessões, sendo R$ 82 bilhões referentes ao FGTS (32% a mais em relação ao último ano) e R$ 156 bilhões vindos do SBPE (13% a menos do que o ano anterior). A projeção é da Abecip.
Para efeito de comparação, 2021 chegou a R$ 255 bilhões no total (R$ 49 bi com FGTS e R$ 205 bi com SBPE), e 2022 fechou com R$ 241 bi em concessões (R$ 62 bi com FGTS e R$ 179 bi com SBPE).
Outras formas de funding
Além de apresentar dados e projeções para o setor, o evento promovido pelo SindusCon-RS abordou novas opções de levantamento de capital, como, por exemplo, a emissão de títulos, como ações ou instrumentos de crédito, para que os investidores possam comprar e vender esses títulos de acordo com suas estratégias e expectativas de retorno financeiro, alocando seu capital diretamente nos projetos e nas empresas, sem a necessidade da participação do banco no processo.
Claudio Teitelbaum, presidente do SindusCon-RS, destacou que, hoje, o mercado oferece alternativas de funding para todo o tipo de empreendimento imobiliário, sejam imóveis ofertados por meio de programa de habitação de interesse social até os de médio e alto padrão, atendendo tanto à produção quanto ao cliente final.
Na ocasião, os especialistas debateram sobre algumas das principais alternativas de funding imobiliários, como FII (Fundo de Investimento Imobiliário), LIG (Letra Imobiliária Garantida), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário), que têm atualmente alterado a estrutura de participação no mercado.