As perspectivas para a construção civil são favoráveis, pois há um número elevado de projetos aprovados
As expectativas e os indicadores da construção civil mostram uma tendência cada vez mais positiva. Depois de o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmar que a construção civil é “uma das alavancas do crescimento”, a Sondagem da Construção de dezembro da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) registra a maior pontuação desde junho de 2014. A esses fatores se acresce o fato de que a construção civil foi o setor que mais criou empregos formais em 2019, com alta de 5,93% em relação a dezembro de 2018, equivalente a 117,2 mil vagas com carteira assinada.
O Índice de Confiança da Construção (ICST) da FGV subiu 3,3 pontos entre novembro e dezembro e atingiu 92,3 pontos, situando-se num nível cada vez mais próximo da marca de 100 pontos que separam as faixas positiva e negativa do indicador. A coordenadora de Projetos da Construção da FGV Ibre, Ana Maria Castelo, notou que a melhora ocorreu apesar da “paralisação de obras do Minha Casa Minha Vida (MCMV)”, programa habitacional destinado à população de baixa renda.
Um dos componentes do ICST, o Indicador de Situação Atual (ISA), “ainda não recuperou o patamar do final de 2014, mas registrou uma melhora expressiva no segundo semestre (de 2019), o que corrobora as projeções de que em 2019 o setor terá encerrado um ciclo de cinco anos de retração”, enfatizou Ana Castelo.
O nível de utilização da capacidade subiu 1,4 ponto porcentual, mas ainda se limita a 71,9%. É, portanto, elevado o patamar de ociosidade da construção civil, o que tornará mais rápida uma recuperação baseada na utilização da maquinaria disponível.
Houve melhora não só do ISA, mas do indicador de expectativas (IE), que alcançou a marca de 102,2 pontos em dezembro, ou seja, no campo positivo do levantamento.
As perspectivas para a construção civil são favoráveis, pois há um número elevado de projetos aprovados, recursos disponíveis para incorporadores e para mutuários finais e disposição dos bancos de ampliar suas carteiras de crédito imobiliário. Cabe lembrar do alerta do ex-presidente do SecoviSP Romeu Chap Chap. Em artigo publicado pelo Estado de 20/12, ele afirmou que é preciso manter o MCMV, pois é na faixa popular que se concentra o déficit habitacional.