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Industrializar a construção será inexorável até 2030

Na próxima década, setor será bastante pressionado a construir mais com menos, seja no exterior ou no Brasil

Na próxima década (2021-2030) será possível assistir a uma grande transformação da construção civil. Segundo os participantes do painel “Industrializar é preciso – Construção 2030”, os conceitos de indústria 4.0 irão se impor ao setor. Não por modismo, mas por necessidade. Para eles, só o emprego da tecnologia conseguirá fazer frente aos desafios envolvendo sustentabilidade, déficit habitacional, obras de infraestrutura, escassez de mão de obra e preservação de recursos naturais.  

Esse cenário é projetado tanto para o espectro internacional quanto para o Brasil. “A construção civil estará cada vez mais pressionada a construir mais com menos”, prevê o professor-doutor da Escola Politécnica da USP, Vanderlei John, um dos debatedores do seminário que aconteceu na edição virtual do 92º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção). 

Para conseguir se transformar, a construção civil terá que se industrializar, ou seja, adotar processos que resultem em melhor produtividade nos canteiros de obras, gerando menos desperdícios e menor volume de resíduos. “Para a construção civil, a grande inovação é industrializar”, diz Vanderlei John, que completa seu raciocínio usando uma frase do economista Paul Krugman – Prêmio Nobel de Economia em 2008: “Produtividade não é tudo, mas no longo prazo é quase tudo.”  

O professor da Poli-USP lembra que na década que está batendo à porta a alvenaria tende a deixar de ser o sistema construtivo mais barato e viável. “A alvenaria tem 5 mil anos e não é uma solução de alta produtividade. Ela exige um bom volume de emprego de mão de obra, que na construção civil tende a se tornar cada vez mais escassa. Vide o Brasil, que a partir de 2035 terá população economicamente ativa decrescente, por conta do envelhecimento”, comenta.  

Construção modular é o melhor exemplo de como a tecnologia vai mudar o jeito de construir 

Para fazer frente a essa nova realidade, e ao volume de obras, a construção civil terá que absorver tecnologia e aderir aos processos industrializados. E essa transformação já está em curso. A adesão aos sistemas pré-fabricados, ao uso do BIM, à realidade aumentada e aos drones está aí para comprovar. Segundo Vanderlei John, a construção modular é atualmente o exemplo melhor acabado de como a tecnologia vai modificar o jeito de construir. “Finlândia, Suécia e Noruega estão conseguindo mostrar isso na prática”, cita.  

O professor da Poli-USP lembra ainda que esses países estão conseguindo transformar seus processos construtivos investindo em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e em startups da engenharia civil. No Brasil, o SENAI CIMATEC – a escola de engenharia do SENAI, com sede em Salvador-BA – está desenvolvendo um estudo com foco na construção modular para habitação de interesse social. “Essa será a fase um, mas queremos avançar para edificações industriais e obras de infraestrutura”, revela Luís Alberto Breda Mascarenhas, diretor de operações e vice-reitor do SENAI CIMATEC. 

A solução buscada pelo centro universitário de engenharia do SENAI está concentrada na construção modular com concreto armado. “A ideia é construir mais rápido e com redução de retrabalho, pensando na economia circular”, resume Breda Mascarenhas. Para complementar, Vanderlei John lembra que nem sempre os processos construtivos inovadores são propostos por quem constrói, mas sim por quem fornece o material. “Hoje há muito mais P&D no fornecedor do que no construtor, e é ele quem induz a inovação para dentro do canteiro de obras”, finaliza.   

Entrevistado
Reportagem com base nas informações passadas dentro do painel “Industrializar é preciso – Construção 2030”, realizado na edição virtual do 92º ENIC 

Contato: [email protected]

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Fonte: https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/industrializar-a-construcao-sera-inexoravel-ate-2030/