Cicalfer Atacadista

Todas Categorias
fale com a gente
pelo whatsapp
Cadastrar
(19) 3854.9400
Para especialistas, cidades e jeito de construir vão mudar

Metrópoles passarão a ter múltiplos centros e espaços públicos a céu aberto serão valorizados nos projetos

Engenheiros civis e arquitetos foram convocados a opinar sobre mudanças que devem ocorrer no urbanismo e na mobilidade urbana quando o período da pós-pandemia de Coronavírus chegar. Para eles, as cidades irão mudar. A tendência é que as metrópoles passem a ter múltiplos centros. A prioridade será evitar grandes deslocamentos, aglomerações e o uso intenso do transporte público. 

Outra alteração a caminho está relacionada à valorização dos espaços públicos a céu aberto, às adaptações nas estruturas habitacionais e às construções feitas para grandes concentrações de pessoas, como estádios e shopping centers. Isso, no entender dos especialistas, irá alterar também o jeito de construir. “É perceptível que estamos sentindo falta do espaço público e do ambiente aberto. Isso vai trazer uma valorização desse tipo de local”, diz o arquiteto Marcelo Nudel.

O engenheiro civil Ulysses Mourão entende que a forma de usar os espaços públicos pela população será diferente pela mudança de hábito que tem sido provocada pela COVID-19. No entanto, ele avalia que as transformações não serão repentinas. “Podem ocorrer mudanças na forma de construir novos ambientes coletivos, mas isso levará um pouco mais de tempo, já que envolve investimentos, projetos e a construção propriamente dita”, analisa.

Já o arquiteto e urbanista Daniel Corsi, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, ressalta que o distanciamento social pode levar à descentralização de polos urbanos. “Isso é positivo, porque não é mais possível resolver tudo a partir de um único centro. A cidade precisa ser policêntrica, ou seja, ter uma estrutura mais diluída em que a pessoa consegue ter todos os serviços básicos e fundamentais perto de sua residência”, cita.

Novas estruturas comerciais podem nascer no lugar de áreas industriais desativadas

Nesse sentido, o uso de brownfields (áreas industriais desativadas) para a construção de ativos imobiliários – parques, centros comerciais e edifícios residências – pode ajudar nessa descentralização. “Com a crise, as brownfields estão ficando mais baratas e podem ser uma oportunidade para o desenvolvimento desse tipo de produto. Esses locais podem ganhar um novo uso, se adequando à realidade que virá na pós-pandemia”, completa Ulysses Mourão.

Outra tendência colocada no debate por Hewerton Bartoli, presidente da Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), é que a forma de consumir também será revista. “Mais da metade do resíduo da construção é inerte (concreto e alvenaria). Isso significa que entre 50% e 70% é passível de beneficiamento. Precisaremos repensar a forma de consumo, porque os materiais são finitos, como a areia e a rocha, nesse caso. Podemos priorizar a aplicação dos materiais reciclados ao invés dos materiais naturais em diferentes áreas no setor”, analisa.

O grupo que participou do webinar “Impactos ambientais da Covid-19 no setor da construção” também avalia que as construções com certificações vão passar a dominar o mercado no pós-pandemia. “As certificações que levam em conta o ciclo de vida de materiais estarão em alta. Junto com elas, crescerá também a construção industrializada, pois tem o benefício de poder mapear melhor o ciclo de vida, já que a produção ocorre no ambiente fabril”, finaliza Nuldel.

Assista ao webinar “Impactos ambientais da Covid-19 no setor da construção”

Entrevistado
Reportagem com base nos debates mostrados no webinar “Impactos ambientais da Covid-19 no setor da construção”, promovido pela Sobratema

Contato
[email protected]

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Fonte: https://www.cimentoitambe.com.br/para-especialistas-cidades-e-jeito-de-construir-vao-mudar/